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Dourado reprodução induzida.........

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Mensagem  silvio bizum 10/11/2008, 2:03 pm

TÉCNICAS EM REPRODUÇÃO DE PEIXES

Por: WEDER DE LIMA VIEIRA 1


1- Introdução

A reprodução é o processo biológico mais importante dos organismos, já que dele depende a sobrevivência e perpetuação das espécies por isso, a possibilidade de controlar o ciclo reprodutivo dos organismos submetidos à condições de confinamento é um dos fatores de maior importância para assegurar o êxito da piscicultura.

As modernas tecnologias de reprodução artificial e engorda de peixes trazem as mais amplas perspectivas de aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis em nosso país.
Há que se reconhecer, todavia, que a piscicultura como atividade econômica é um fato bastante recente no país, e que somente a poucos anos começa a despertar o interesse e a atenção dos produtores.

Diante desse crescente mercado, existe a necessidade de produção de alevinos de peixes das espécies cultivadas no país. Vale ressaltar que os métodos de reprodução artificial constituem a única maneira prática de conseguir ovos de boa qualidade.

As técnicas de reprodução artificial possibilitam o suprimento em massa de ovos para uma grande variedade de peixes destinados a cultura em viveiros e outros corpos de água.
Diante da importância da reprodução artificial no desenvolvimento da piscicultura, foi realizada essa revisão bibliográfica para demonstrar os princípios básicos dessa técnica.
2- Revisão da Literatura

2.1 - Requisitos para propagação artificial

Alguns tipos de intervenção humana no processo de reprodução natural de peixes cultivados ou cultiváveis podem ajudar a alcançar uma melhor sobrevivência da sua prole. As técnicas de reprodução artificial de peixes são múltiplas, todas elas com o objetivo de produzir quantidade abundante de ovos, larvas e alevinos para utilização em cultura ou para o reabastecimento de lagos ou cursos da água. A demanda por alevinos de peixe de boa qualidade é particularmente grande para sistemas modernos de cultura intensiva e superintensiva. O sistema de policultivo aumentou a demanda de alevinos de peixes de diferentes hábitos alimentares (WOYNAROVICH, 1983).

A propagação artificial, portanto, envolve a intervenção humana no processo de propagação natural e apresenta as vantagens de melhores taxas de fertilização e eclosão, proteção contra inimigos e condições ambientais desfavoráveis e melhores condições de crescimento e sobrevivência (WOYNAROVICH, 1983).

2.2- Diferentes práticas de propagação artificial

A propagação artificial da maneira como é praticada em diferentes partes do mundo pode variar, dependendo das condições locais e das instalações.

2.2.1- Colheita e cultivo dos ovos fertilizados, larvas e alevinos (Principalmente Carpas Chinas e Carpas Índia)

A colheita de ovos flutuantes, larvas e alevinos de peixes que desovam nos rios e inundadas (ver as carpas principais) é uma prática muito antiga na China e na Índia. Um grande número de redes em formato de funil são operadas ao longo das margens ligeiramente inclinadas de rios, em busca de ovos ou larvas flutuantes (WOYNAROVICH, 1983).

A intervenção artificial nesse procedimento consiste na colheita dos ovos, larvas e pós - larvas; na sua proteção de inimigos naturais e fatores ambientais desfavoráveis; na criação de larvas até o estágio de alevino e na distribuição das mesmas para estocagem em diferentes coleções de água (PÁDUA, 2001).

Segue em continuação
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Mensagem  silvio bizum 10/11/2008, 2:06 pm

Continuação

"2.2.2- Aquisição de ovos fertilizados e seu cultivo

É possível adquirir ovos fertilizados completa ou quase completamente livres de ovos de outros peixes. Tais ovos são incubados em condições controladas, e as larvas resultantes podem ser cultivadas até atingirem o estágio de alevino, de acordo com as necessidades das espécies envolvidas. A meta é alcançar a melhor taxa possível de sobrevivência, um bom crescimento e saúde. Os ovos fertilizados podem ser adquiridos de várias maneiras diferentes (WOYNAROVICH, 1983).

Aquisição de ovos fertilizados sem tratamento com hormônio

De acordo com WOYNAROVICH, (1983)Os ovos fertilizados podem ser obtidos sem que seja preciso recorrer ao tratamento com hormônio, através dos seguintes métodos:
Coletando os ovos dos “peixes que desovam em ninho”, colocando-se ninhos artificias em seus locais naturais de desova.

Imitando as condições naturais de desova em viveiros artificiais pequenos, fornecendo-se aos reprodutores, ninhos ou esteiras de grama para servir como coletores de ovos.
Aquisição de ovos fertilizados por desova induzida, através de tratamento com hormônio

Induzindo – se a desova em tanques pequenos, através da administração de extrato de hipófise de hormônio gonadotrópico humano.

2.2.3- Fertilização artificial e subseqüente cultivo

Na fertilização artificial, o criador manipula o reprodutor e está, portanto, em condições de eliminar os peixes inapropriados e escolher o tipo certo de peixe para um eventual aprimoramento do estoque. Adicionalmente, esta técnica permite ao criador produzir híbridos úteis, combinando as qualidades desejáveis de diferentes variedades de peixes da mesma espécie e/ou de espécies diferentes (RAMAGOSA, 2002).

Segundo RAMAGOSA, (2002) os produtos sexuais maduros necessários à fertilização artificial podem ser obtidos por um dos seguintes métodos:
Os peixes são capturados em sua área de desova durante o ato da desova natural, e os produtos sexuais (ovos e espermas) são retirados.

Nos reprodutores selecionados são aplicados extrato pituitário (hipófise) de peixe, extrato gonadotrópico humano ou outros hormônios sintéticos. Quando os peixes estão no ponto de desova são extraídos os produtos sexuais maduros. Este método é comumente adotado nos mais importantes peixes de cultivo.


2.3- Tecnologia da reprodução artificial

2.3.1- Fases da reprodução artificial

De acordo com WOYNAROVICH (1983)A reprodução artificial de peixes constitui-se numa série de atividades, com alguns pontos em comum e outros divergentes entre diferentes espécies.

Captura de reprodutores nos locais de desova;

Seleção de reprodutores do estoque natural para desova natural ou para tratamento com hormônio;
Criação dos reprodutores nos viveiros adequados;
Indução da desova natural, com ou sem tratamento hormonal;
Obtenção de produtos sexuais maduros por extrusão, com ou sem tratamento hormonal;
Fertilização artificial;
Incubação e eclosão dos ovos; e criação de larvas, pós – larvas e alevinos.

2.3.2- Reprodutor

Peixes sexualmente maduros e saudáveis são os pré-requisitos para qualquer tipo de reprodução artificial ou semi - artificial. Os peixes podem ser obtidos nas coleções naturais de água pouco antes da estação da desova, nos locais de desova ou nas “piscigranjas”” onde foram criados (BALDISSEROTO, 2002).

Idade e peso dos reprodutores
Os “peixes que desovam pela primeira vez” ou “virgens” são geralmente usados para reprodução artificial. Os peixes maiores produzem mais ovos, mas a manipulação dos “gigantes”, que pesam de 10 a 15 quilos, é mais difícil e cansativa (RAMAGOSA, 2002).

O tamanho mais adequado de reprodutores no caso da carpa comum, das carpas indianas e das carpas chinesas é de 3-5 quilos. Os peixes muito grandes são menos apropriados para tratamento com hormônio devido a necessidade de grandes doses hormonais e às dificuldades para a sua manipulação (RAMAGOSA, 2002).

Seleção de reprodutores prontos para tratamento com hormônio
Os sintomas indicativos das condições de “ponto – para – desova” são semelhantes entres os vários peixes, e são os seguintes:

● Fêmeas
Abdômen bem arredondado e macio, que se estende posteriormente além da pélvis até a abertura genital;
A abertura genital fica intumescida, saliente e avermelhada ou rosada; em alguns peixes a sua extremidade é irregular ou em forma da franjas;
Os ânus (orifício) pode também ser inchado e avermelhado;
Em alguns peixes que vivem no seio da água do Rio Orinoco, o abdômen torna-se avermelhado;

● Machos
O macho libera algumas gotas de esperma espesso quando o seu abdômen é levemente pressionado;
Em alguns peixes machos (carpas chinesas ou as principais carpas indiana), a superfície dorsal da nadadeira peitoral torna –se áspera. A matrinchã, Brycon e o dourado, Salminus apresentam aspereza na nadadeira anal;
Alguns peixes machos das bacias dos rios Orinoco e Amazonas produzem um som quando retirados da água (coporo, curimatá, curimbatá);

2.3.3- Indução da ovulação e/ou desova

Basicamente, há duas maneiras de se induzir a ovulação (o amadurecimento final dos ovos) e a desova (a liberação dos ovos na presença do macho) em condições artificiais (WOYNAROVICH, 1983):

Simulação de fatores ambientais propícios, o que provoca a produção dos hormônios do peixe que governam e dirigem o processo final de amadurecimento das gônadas;
Administração de homônios gonadotrópicos, o que pode resultar no amadurecimento final e ovulação dos óvulos;

Administração de hormônios liberadores (LRH ou LH-RH) para induzir o amadurecimento final e ovulação;

Administração de hormônios gonadotrópicos combinados com LH-RH com a mesma finalidade;

Indução da desova sem tratamento com hormônios
Alguns peixes que desovam em viveiros em águas paradas podem ser estimulados a desova, propiciando-lhes (WOYNAROVICH, 1983):
Ninhos;
Superfície artificial de desova (kakabans);
Receptáculo para desova; ou
Condições semelhantes às condições ambientais naturais.

Indução da desova e ovulação

Na natureza, a ovulação de um peixe é regulada e ocasionada por seu(s) próprio(s) hormônio(s) gonadotrófico(s), produzidos e armazenados na glândula pituitária. O hormônio armazenado é liberado no sangue quando todas as condições exigidas se tornam favoráveis. Na técnica de hipofisação, contudo, o hormônio gonadotrófico extraído da pituitária de algum outro peixe (doador) é injetado no reprodutor, resultando a maturação final e ovulação (PÄDUA, 2001).

A indução de hormônio liberador (LRH ou LH-RH) também provoca a maturação final e ovulação. Neste caso o reprodutor utiliza hormônio gonadotrófico produzido por ele mesmo (PADUA, 2001).

A hipofisação é atualmente, a técnica mais comumente usada para propagação artificial de peixe. Ela é empregada não só em experimentos de propagação, mas também na produção comercial de milhões de peixes jovens (PADUA, 2001).

A glândula pituitária (hipófise) atua como intermediária entre o cérebro e as gônadas.

As suas células produzem e armazenam suas gonadotropinas e liberam-nas somente quando a glândula recebe o comando necessário via LRH. A quantidade de gonadotropina da glândula pituitária varia durante os diferentes estágios da vida do peixe. A hipófise de peixes “virgens” sexualmente maduros ontem maior quantidade de hormônios gonadotrópicos . visto que a migração para a desova é também provocada pela gonadotropina, a pituitária desse peixe em migração possui m nível mais baixo dessa substância. Considerando-se essa variação, é importante escolher o tempo certo para coleta das glândula pituitárias (PADUA, 2001).

DOSAGEM

A maturação final e ovulação são processos complicados, cujo tempo de duração leva várias horas; sendo influenciada pela temperatura da água. Duas fases são diferenciadas: Maturação final, ou pré-ovulação e ovulação. Na maturação final a migração do núcleo se completa, a primeira meiose (iniciada quando a ovogônia transforma-se em ovócito. Cessa-se, iniciando-se a segunda meiose que é paralisada na metáfase. Se a hipofisação não obtiver êxito, os ovos interrompem o desenvolvimento nessa fase e o reprodutor pode morrer facilmente, devido a necrose dos ovos, o que pode causar envenenamento interno. A dosagem necessária de hormônios pode variar significativamente de peixe para peixe da mesma espécie e da técnica utilizada. A dosagem depende, na realidade, do “grau de preparo” das fêmeas, da sua idade, tamanho, sensibilidade e de muitos outros fatores. Em áreas tropicais e subtropicais onde o metabolismo do peixe é muito mais alto (devido a temperatura mais elevada) e onde a probabilidade de desperdício de hormônio é, portanto, maior do que em regiões temperadas, geralmente administra-se duas ou mias doses. Geralmente aplicam-se duas doses: a indutória ou preparatória e a decisiva ou final (WOYNAROVICH, 1983).

Uma dose única ou completa (100%) ou golpe decisivo é aplicado quando o reprodutor passa por um longo período de tempo na fase de repouso. A dose preparatória é de cerca de 10% da dose total. Se for administrada mais de uma dose preparatória, novamente, apenas 10% da dose total é dada. Geralmente a primeira dose aplicada em fêmeas é de 0,3 mg por Kg, e a segunda (decisiva) dose é de 3 a 5 mg por Kg do reprodutor (WOYNAROVICH, 1983).

Os machos, regra geral, recebem apenas uma dose de hormônio, geralmente na época em que as fêmeas recebem a última dose decisiva. É importante que os machos não recebam a ultima dose decisiva. É importante que os machos não recebam o hormônio antes desse estágio, já que isso pode resultar na liberação do esperma antes das fêmeas estarem prontas para ovular (WOYNAROVICH, 1983).

Entre as doses preparatórias e decisivas, é preciso haver um espaço mínimo de 14 horas. O espaço de tempo máximo é de 24 horas, porém muito raramente, pode estender-se até 48 horas. Quando mais de uma dose preparatória é necessária, deve ser mantido um intervalo de 24 horas entre as doses (WOYNAROVICH, 1983).

A dosagem exata de hormônio gonadotrópico é expressa em miligramas ou como um número de glândulas pituitárias dessecadas com acetona. A glândula pituitária de uma carpa comum de 1,5-2 Kg; dessecada com acetona pesa 2,5-3 mg. Este tamanho de hipófise é tomado como unidade, quando a dosagem é expressa em termos de números de glândulas (WOYNAROVICH, 1983).

RAMAGOSA (2002) afirma que um pequeno excesso de hormônio na dose decisiva não prejudica o peixe. Por medida de segurança, costuma-se aplicar uma dose excedente da ordem de 10-15%.

O mesmo autor ainda recomenda que a dose única e decisiva recomendada para machos é de 0,5 glândula (1,0-2,5 mg) por Kg de peso de corpo, qualquer que seja seu comprimento.

Quando a dose decisiva é administrada em duas ou três vezes, o lapso de tempo entre as injeções não deve ser superior a 6-8 horas."
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Mensagem  silvio bizum 10/11/2008, 2:09 pm

Continuação

"MÉTODOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE HORMÔNIO

Há inúmeras variações nos métodos de administração de hormônio. A técnica adotada geralmente depende da espécie de peixe, das condições locais e dos métodos de trabalho desenvolvidos pelos cientistas e técnicos locais (WOYNAROVICH, 1983).

MÉTODO DE UMA ÚNICA APLICAÇÃO – A dose de 100% calculada, ou a dose de golpe decisivo, é aplicada numa única injeção. Ela somente terá sucesso se a fêmea estiver pronta para desova, como aquelas que estão em migração de desova ou são capturadas no local de desova.

MÉTODO DAS DOSES PREPARATÓRIA E DECISIVA – A dose preparatória, que é de 10% da dose decisiva, acelera o desenvolvimento das gônadas até o estágio de pré-ovulação. Ela é geralmente aplicada cerca de 14-18 horas antes da dose decisiva (100% da dose calculada), e representa uma seqüência geralmente bem sucedida de administração de hormônio nas regiões temperadas e subtropicais.

UMA DOSE PREPARATÓRIA E DUAS DECISIVAS – Nas regiões, onde tropicais onde o metabolismo é muito rápido, a dose decisiva é aplicada em duas partes iguais ou duas partes de 40% e 60%, com um intervalo de 6-8 horas entre elas. Uma dose preparatória de 5 a 10 % deverá perceber a primeira dose decisiva em 18-24 horas. As três doses podem extenuar as fêmeas mais sensíveis, por isso esta tecnologia deve ser aplicada em peixes bastantes rústicos.


SOLVENTE

O solvente utilizado para hormônio gonadotrópico é um a solução de 0,6-0,7% de NaCl (sal comum). Do solvente, 1ml é utilizado para injeção preparatória, apesar da dosagem variar de 0,25 a 1 glândula. A quantidade de solvente para dose decisiva é calculada à taxa de 0,5ml para cada Kg de peixe, mas a quantidade máxima não deverá exceder os 5ml.

PREPARAÇÃO DA SOLUÇÃO DE GLÂNDULA PITUITÁRIA – Baseado no peso, número e sexo dos reprodutores, determina-se a dose, após o que o número ou quantidade necessária de glândula pituitária é contado e pesado. Se as glândulas ainda não estiverem em condição pulverizada, isto será feito num pequeno cadinho de porcelana ou um homogeneizador. O cadinho tem que estar completamente seco, porque do contrário das glândulas tornar-se-iam pastosas quando da pulverização e não se dissolveriam facilmente. Para facilitar o preparo da solução deve-se acrescentar algumas gotas de glicerina no cadinho, misturando-se com a hipófise triturada.
O hormônio leva de 10-30 minutos para se dissolver .

O solvente é preparado dissolvendo 7g de sal comum limpo, livre de iodo, em 1 litro de água potável fervida e esfriada. Não há necessidade de usar água destilada.

ESCOLHA DA PARTE DO CORPO ONDE VAI SER INJETADA – O procedimento mais adotado é o de injetar o hormônio nos músculos dorsais acima da linha lateral e abaixo da parte anterior da nadadeira dorsal.

Algumas vezes o peixe não é retirado da água para ser injetado. Quando ele é retirado, convém coloca-lo sobre uma pequena mesa coberta com uma camada macia de espuma ou almofada. Isto impede que os reprodutores se machuquem. O peixe fica mais quieto se sua cabeça for coberta com um pedaço de pano. É aconselhável usar toalhas ao manipular os reprodutores e não toca-los diretamente com as mãos (WOYNAROVICH, 1983).

Indução Da Ovulação E/Ou Desova Através Da Aplicação De Gonadotropina Coriônica Humana (GCH)

A fase de pré-ovulação pode, geralmente, ser obtida facilmente, administrando-se GCH; mas é difícil alcançara plena ovulação através desse método na maioria dos peixes, não obstante alguns peixes reagirem positivamente. Antes de mias nada, somente aqueles peixes que estão bem preparados e totalmente maduros para o tratamento com hormônio, reagem bem à administração de GCH como, por exemplo, os peixes capturados durante sua migração de desova. As espécies carnívoras também podem reagir melhor do que as não-carnívoras. Os peixes, cuja indução para a desova em escala comercial, através da administração de GCH, tiveram sucesso comprovado, são o bagre do canal (Ictalurus punctatus), a tainha (Mugil cephalus) e as principais carpas chinesas. No caso do bagre do canal, o GCH é injetado na cavidade do corpo a uma taxa de 700-2.000 unidades internacionais (UI) por Kg de peso, dependendo da maturidade do peixe (WOYNAROVICH, 1983).

Ovulação Induzida Por Hormônio

A ovulação é a fase final de desenvolvimento normal do ovo. Este processo final de amadurecimento leva tempo e depende, em grande parte da temperatura da água na qual o peixe é mantido. É necessário conhecer o intervalo de tempo entre a última injeção decisiva e a ovulação total (WOYNAROVICH, 1983).

DESOVA INDUZIDA POR HORMÔNIO

Muitos dos peixes que são tratados com hormônio gonadotrópico (extrato pituitário ou gonadotropina coriônica humana) começam a desovar na presença de machos ativos após a ovulação normal. Este tipo de desova é intitulada “desova induzida” ou “desova induzida pó hormônio”. Neste caso, os ovos são fertilizados pelos próprios reprodutores machos, e os ovos fertilizados podem ser recolhidos facilmente para a incubação controlada (BALDISSEROTO, 2002).

A desova induzia apresenta tanto vantagens quanto desvantagens, as quais enumeramos a seguir:

VANTAGENS:
- não é preciso calcular o tempo exato de ovulação, ou observar as fêmeas para determinar quando elas estão prontas para a extrusão;
- não é necessário capturar os reprodutores para realizar a extrusão, evitando assim possíveis ferimentos nos mesmos;
- não é preciso submeter os reprodutores ao processo de extrusão e fertilizar os ovos artificialmente, cujo processo não só leva tempo como também requer maior número de pessoas trabalhando;
- não existiria perigo de amadurecimento excessivo sobre maduração dos ovos no ovário, já que o peixe começaria a desolar assim que a ovulação se completasse;

DESVANTAGENS:
- seria preciso colocar um coletor especial de ovos no escoadouro do tanque, a fim de coletar os ovos fertilizados flutuantes sem causar nenhum dano;
- muitos ovos podem ser destruídos por ocasião do recolhimento, especialmente quando os mesmos apresentam casca fina e delgada.

2.3.4- Ovos Fertilizados De Peixes

Os ovos fertilizados são facilmente obtidos quando há desova induzida. Nos casos em que não há uma resposta satisfatória à desova induzida, por um outro motivo, os ovos ovulados e os produtos espermáticos têm que ser retirados dos reprodutores, e a fertilização efetuada artificialmente misturando-se os produtos sexuais obtidos pelo processo de extrusão (WOYNAROVICH, 1983).

Fertilização Artificial Dos Ovos De Peixes

Extrusão Dos Produtos Sexuais

Uma vez iniciado o processo, os ovos têm que ser têm que ser desovados ou submetidos ao processo de extrusão; do contrário eles se tornam excessivamente maduros e não são mais fertilizáveis. Por conseguinte, é essencial submeter a fêmea ao processo de extrusão. O amadurecimento excessivo ou sobremaduração dos ovos ocorre logo a seguir; o tempo que isto leva para acontecer varia nas diferentes espécies, conforme indicamos a segir (WOYNAROVICH, 1983).


A maior parte dos peixes expelem seus ovos quando são retirados da água. Entretanto, não é necessário retirar o peixe da água para testar seu amadurecimento. A expulsão dos ovos, quando a fêmea é colocada de costas e pressionada ligeiramente nos lados da parede abdominal perto da abertura genital, é uma indicação do amadurecimento do peixe (PADUA, 2001).

Uma vez escolhida a reprodutora certa, o seu corpo, particularmente a sua parte traseira e a cauda, e a mão do operador, devem ser enxugados com uma toalha macia antes da extrusão. Na extrusão, o operador pressiona o seu polegar perto da abertura genital comprime levemente de forma que os ovos saiam e sejam recolhidos numa bacia seca de plástico ou esmaltada (Figura 05) (PADUA, 2001).


Ao mesmo tempo em que as fêmeas são extraídos dos ovos, os machos devem sofrer o mesmo processo ou ter seus produtos espermáticos coletados. Para a coleta, o produto espermático é sugado com uma pipeta especial nos casos em que espera-se apenas algumas gotas ou num coletor quando se prevê que a colheita será abundante. Quando este é colhido em quantidade suficiente ele é acrescentado aos ovos, e os produtos sexuais são misturados “a seco” imediatamente com um colher de plástico ou uma pena forte (PÄDUA, 2001).

Intumescência dos Ovos

Os ovos maduros intumescem (incham) quando entram em contato com a água ou com “solução fertilizante”. É, portanto, evidente que a fertilização não é necessária para intumescimento dos ovos (RAMAGOSA, 2002).

O ovo intumescido consiste de um tecido germinativo e gema, espaço perivitelino e da membrana (casca) do ovo. O tecido germinativo e gema contêm a massa do vitelo, gorduras, etc., e as células em segmentação. No tecido germinativo e gema podem-se distinguir dois pólos, a saber, o pólo animal ou blastodisco, e o pólo vegetativo ou massa do vitelo. O pólo animal inclui o núcleo da célula, que possui o número normal de cromossomos de qualquer célula somática. Ao redor do tecido germinativo e gema está o chamado espaço perivitelino, cheio de líquido perivitelino. Este líquido contém proteínas dissolvidas. O ovo está incluído num membrana (casca) que consiste de uma, duas ou três camadas em diferentes espécies de peixe. A casca do ovo é uma membrana semipermeável que somente permite a troca de moléculas pequenas e gases (RAMAGOSA, 2002).

2.3.7 Desenvolvimento E Incubação Dos Ovos De Peixe

O ovo fertilizado logo começa a desenvolver-se. O processo é uma seqüência complicada de eventos. Para assegurar o desenvolvimento adequado e melhor sobrevivência, os ovos são sujeitos à incubação, na qual são mantidos em condições favoráveis para o desenvolvimento normal. Os ovos completam o seu desenvolvimento embrionário dentro da membrana do ovo durante a incubação, e eclodem como larvas com enzima rompendo a casca do ovo (RAMAGOSA, 2002).

Desenvolvimento dos Ovos de Peixes em Geral

Quando o intumescimento do ovo está concluído, as duas partes d tecido germinativo e gema do ovo estão bem definidas e facilmente distinguíveis, não só pela forma mas também pela coloração. O pólo animal cresce como um montículo na massa do vitelo e adquire uma cor amarela escura. Depois de pouco tempo, cuja duração depende da temperatura da água, a segmentação do pólo animal tem início e o “montículo” unicelular torna-se sucessivamente portador de 2, 4, 8, 18 e 32 células (blastômeros). Neste estágio ele adquire a forma de uma amora (morus em latim) e é, por conseguinte, denominado estágio de mórula. A subdivisão sucessiva dessas células produz um blastoderma multicelular, o qual, no início, possui apenas uma camada de células. Gradualmente ele adquire várias camadas de células (RAMAGOSA, 2002).

As células do blastoderma inicialmente se arranjam na parte superior do vitelo em forma de xícara. A medida que a divisão celular progride as células começam a cobrir o vitelo, resultando finalmente no envolvimento completo da massa do vitelo (RAMAGOSA, 2002).

A massa da célula vai se espessando na forma de um meio anel de lado oposto do blastóporo, e os esboces da cabeça e calda aprecem nas duas extremidades. Logo em seguida, as extremidades da cabeça e da calda tornam-se claramente definidas e s primeiros segmentos do corpo tornam-se visíveis. Os olhos se desenvolvem como “vesículas óticas” na cabeça, enquanto que a cauda começa a crescer longitudinalmente. Mais ou menos pela metade do processo de desenvolvimento, o coração se desenvolve e começa a bater. Ao mesmo tempo desenvolve-se um sistema capilar ou um forte vaso sangüíneo na superfície da massa do vitelo. O embrião gradualmente começa a movimentar a cauda, seguido de movimentos de contração de todo o corpo. Mais tarde, ele começa a revolver-se no espaço perivitelino. Esse movimento, aliado a outros, torna-s muito vigoroso antes da eclosão (RAMAGOSA, 2002).

Os metabólitos do embrião no fim de desenvolvimento embrionário contém certas enzimas, que atuam na membrana e dissolvem-se pelo lado de dentro, provocando o seu enfraquecimento e permitindo que o embrião a rompa facilmente e ecloda (BALDISSEROTO, 2002).

O tempo que os ovos levam para se desenvolver geralmente varia conforme o peixe (Tabela 1). O tempo depende também da temperatura durante a incubação e do fornecimento de oxigênio no início. O suprimento insuficiente de oxigênio durante a segunda metade do desenvolvimento embrionário pode causar malformar e aleijão ou enfim destruição ao embrião (BALDISSEROTO, 2002)."
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Continuação

"Verificação da Taxa de Fertilização

No estágio de fechamento do blastóporo, ou mais tarde, a taxa de fertilização é estima da seguinte forma: usa-se um tubo de vidro de 30cm de comprimento, cujo diâmetro é de 30 – 50% maior do que o diâmetro do ovo em questão. Se o diâmetro do ovo for de 2,2 – 2,5mm (por exemplo, uma carpa comum), será preciso um tubo de vidro de 3,0 – 3,5mm de diâmetro. Da mesma forma, se os ovos tiverem 3,5 – 4,5mm de diâmetro (por exemplo, a carpa chinesa e carpa indiana), usar-se-á um tubo de 5,0 – 5,5mm de diâmetro interno. O tubo selecionado é mergulhado na massa de ovos, fechando-se na parte superior com o polegar. Quando se retira o polegar o tubo enche-se de ovos. A taxa de fertilização pode agora ser calculada contando-se os bons e os maus ovos do tubo. Dados confiáveis podem ser obtidos recolhendo-se amostras do fundo, do maio e da superfície da massa de ovos (PÄDUA, 2001).

A casca do ovo normalmente protege o tecido germinativo e o embrião em desenvolvimento. Entretanto, a mortalidade pode ocorrer devido a ataques de bactérias, fungos (Saprolegnia) e crustáceos carnívoros (Ciclops), ou devido a predação por larvas de insetos ou outros animais (Figura 29). Todos esses organismos atacam os ovos pelo lado de fora e destroem a casca do ovo. Se a água da incubadora contiver muita matéria orgânica dissolvida, as bactérias irão proliferar ativamente entre os ovos. Com a ajuda das suas enzimas, elas atacam a membrana protéica do ovo, a qual perde sua dureza e o embrião morre ou eclode prematuramente. Os esporos microscópicos dos fungos aquáticos, tais como a Saprolegnia, ocorrem em toda parte. Eles se instalam sobre os ovos ruins ou já mortos e se desenvolvem rapidamente. Em seguida os ovos saudáveis, que se emaranham nas hifas entrelaçadas desses fungos. Os ovos infeccionados aderem entre si e acabam morrendo (PÄDUA, 2001).


3- Considerações Finais

A piscicultura é um ramo da aquicultura que vem crescendo muito, e para atender a demanda de peixes que os produtores necessitam, é necessário que façamos trabalhos de reprodução artificial dos peixes, para que esses piscicultores possam adquirir semoventes de boa qualidade e com bom padrão genético.

Um dos grandes problemas enfrentados pelos criadores de peixe, é o referente à estacionalidade da desova, que na maioria das vezes, ocorre em apenas uma época do ano, comprometendo assim o crescimento do setor.

Nós Zootecnistas temos que trabalhas com o intuito de melhorar as tecnologias em reprodução de peixes, para que possamos produzir alevinos durante todo o ano, e assim, manter o mercado sempre abastecido, não correndo o risco de haver queda da produção em períodos mais frios do ano.

Muitos produtores atualmente já conseguem produzir alevinos durante todo o ano, mas esses exemplos são raros e se restringem à alguns estados, utilizando poucas espécies.


4- Referências Bibliográficas


BALDISSEROTO B. Fisiologia de Peixes Aplicada à Piscicultura. Santa Maria: Ed. UFSM, 2002. 212p.

PÁDUA, D. M. C. Fundamentos de Piscicultura. 2. Ed. Goiânia: Ed. Da UCG, 2001. 341p.

RAMAGOSA, E. Técnicas de Reprodução Induzida (apostila). São Paulo: Instituto de Pesca. 2002. 9p.

WOYNAROVICH, E.; HORVÁTH, L. A propagação Artificial de Peixes de Águas Tropicais. Brasília: FAO/CODEVASF/CNPq (Manual de Extensão: Documento Técnico sobre Pesca), 1983. "
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Dourado reprodução induzida......... Empty Re: Dourado reprodução induzida.........

Mensagem  silvio bizum 10/11/2008, 2:14 pm

Putzz........eu tinha salvado este arquivo a alguns anos no meu HD, e com receio de perdê-lo resolvi postar por aqui.
Pode servir pra muito pesquisador ai, que esteja querendo mexer com reprodução induzida em laboratório.
A fonte era esta Portal do Zootecnista, mas infelizmente não existe mais nada no endereço.
Como achei que este documento tem valor de pesquisa guardei-o e agora disponibilizo a todos.

[]s
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Mensagem  Gama_fly 10/11/2008, 2:21 pm

Vixxxiiiiiii, tõ até meio tonto de tanta informação. fundiu a cuca...
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Mensagem  silvio bizum 10/11/2008, 2:29 pm

Se este te deixou tonto........olha o outro sobre Robalo........ cheers

Se puder imprimir é até melhor.

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